Conheça a Clamídia, uma doença que acomete mamíferos, aves e répteis

/ / Blog

É uma doença que atinge mamíferos, repteis e aves, sendo nesta ultima de ocorrência comum. Já foi detectada em cerca de 460 espécies de aves, dentre as que podem ser portadoras sem sintomas existem 160 espécies (os psitacídeos representam 25% desse numero).

A Chlamydophila psittaci, existem outros tipos de clamídia, é de difícil diagnostico em função de ser uma bactéria intracelular obrigatória, por ter um período de incubação grande e sua eliminação ser intermitente ( a bactéria pode ser eliminada de forma esporádica).

A Clamidia é eliminado nas fezes, urina, muco orofaríngeo e secreções lacrimais e nasais e a contaminação e transmissão se dão principalmente através da ingestão, inalação ou do contato direto com secreções e/ou excreções contaminadas, alem da alimentação oferecida aos filhotes pelos pais contaminados.

Também foram relatados alguns casos transmissão vertical (embrião já está contaminado no ovo).

A gravidade da doença varia com a espécie atingida, idade, estado imune, com características de cada indivíduo (Araras, papagaios, assim como animais mais jovens demonstram mais suscetibilidade), grau de exposição ao agente, cepa, porta de entrada e presença concomitante de outras enfermidades.

Os sinais clínicos mais comumente apresentados são apatia, anorexia, sinusite, conjuntivite, diarréia, espirros, emplumamento deficiente, descarga nasal mucopurulenta e dispnéia (dificuldade respiratória). Em casos mais graves há sintomatologia nervosa, incluindo tremores, convulsões e paralisia. Animais sem apresentar a doença clínica também podem ser hospedeiros e eliminar o microorganismo ativo, contaminando o ambiente e outros animais.

Fatores de estresse como superpopulação, alterações ambientais, mau manejo e nutrição, má higienização e infecções secundarias podem favorecer a manifestação clinica da doença em portadores assintomáticos. O tratamento é prolongado e feito através de antibioticoterapia oral ou injetável.

O animal deve ser isolado, monitorado, adequação na dieta (suplementação) alem de receber fluidoterapia e aquecimento. Mesmo após medicação a longo prazo, a bactéria pode sobreviver (estado de latência) .

O diagnostico é baseado nos sinais clínicos, patologia clinica, radiologia e citologia, com a ajuda de uma cultura, sorologia e eletroforese. Para testes intraclínica de aves doentes, a detecção do antígeno clamidial em swabs nasais, oculares, cloacais e orofaríngeos, através do teste Kodak SureCell Chlamydia ou Clearview Chlamydia, se mostra útil.

Boa e freqüente higienização, manejo adequado, alimentação, alem do isolamento e quarentena de aves recém-chegadas com a realização de testes de triagem sorológicos e antigênicos, são medidas que reduzem a probabilidade de infecção ou mesmo uma reinfecçao de um plantel de aves por clamidiose.

**Clamídia como Zoonose: A clamidiose em seres humanos é considerada uma das principais zoonoses aviarias, apesar da baixa ocorrência da doença quando comparada ao numero de aves portadoras. Dentre as principais fontes de contaminação estão os psitacídeos, columbiformes (pombos) e perus. Os humanos se infectam pela inalação de aerossóis contaminados por Chlamydophila psittaci presentes no ambiente, nas penas, secreções, excreções ou nos tecidos de aves infectadas.

O período de incubação da doença vai de 5 a 15 dias me media e ela apresenta sintomas semelhantes ao de um resfriado ou outra enfermidade respiratória, incindo, febre, fadiga, dores de cabeças severas, calafrios, anorexia, mialgia, fotofobia, náuseas e vômitos. Nos casos mais graves ocorre pneumonia atípica grave, tosse seca, respiração difícil e dolorosa, podendo haver insuficiência cardiovascular, meningite, flebite e ate mesmo podendo levar ao óbito.

O tratamento é por antibioticoterapia e a recuperação é rápida, mas faz-se necessária a internação na maioria dos casos e há risco de reinfecção. A clamídia representa maior risco em pessoas imunodeprimidas, idosos, crianças, mulheres grávidas e na população que atua em áreas de contato freqüente com aves infectadas, como comercio, criação, abate e clinica de aves.